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Adoção: quando é a hora de contar a verdade?

Adoção é um ato de amor, mas pode ser cercada de problemas, tanto para a criança quanto para a mãe. A criança pode não entender o fato de não ser filho biológico. A mãe tem que lidar com o comportamento e a confusão da criança diante dessa realidade. Uma das grandes questões é: como e quando contar para o meu filho que ele é adotado? Cynthia Wood,psicóloga especialista em crianças e adolescentes, afirma que não existe uma idade correta para contar que o filho é adotado. “Na verdade, tem que ser contado desde sempre”, garante. A psicóloga diz que a partir de quando a criança já começa a entender o que acontece a sua volta – aproximadamente com 2 anos – a verdade já pode ser revelada, aos poucos, em formas de histórias infantis.O clássico Você não veio da minha barriga, é filho do coração é válido. Principalmente os que são adotados muito pequenos devem crescer sabendo a verdade. Outra tática para a realidade não ser tão traumática para os pequenos é valorizar sempre o tempo e o quanto você esperou por ele. Quando ele for maior, e já entender tudo de forma mais profunda, vale também explicar como funciona o processo de adoção. Adoção: crianças testam os limites Com as crianças que são adotadas mais velhas pode ser mais fácil, por já chegarem sabendo que não são filhas biológicas. Mas Cynthia alerta: “às vezes, há uma raiva ou mágoa muito grande e um desejo de que a família o pegue de volta”. Na mente dos pequenos pode passar mil pensamentos: “será que a família vai querer?”, “será que serei devolvido?”, “o quanto a nova família vai gostar de mim?”, entre outros. Por isso, a psicóloga explica que pode haver mais dificuldade na adaptação com a família. Cynthia salienta que o comportamento é algo particular de cada criança, não existe um padrão, mas entre as adotadas mais tarde é mais comum aquelas que desobedecem para testar os limites. “Inconscientemente, ela pensa: ‘vou fazer tudo de errado pra ver o quanto eles me amam, o quanto vão me aguentar’”.

Não deixe virar tabu Algumas crianças que são adotadas podem passar por uma fase – geralmente perto dos 15 anos – de negar a adoção e não querer que sua origem seja revelada aos outros. A especialista diz que, nesse momento, o adolescente precisa de um reforço sobre importância que ele tem para você. Já é possível explicar abertamente o que a adoção significa e o quanto ela é um ato de amor. “Não pode deixar virar tabu”, diz Cynthia. Ela recomenda que a adoção não seja escondida de ninguém. Não contar para a criança desde cedo que ela é adotada pode gerar muitos problemas. O principal é uma descoberta tardia, por alguém que não seja o pai ou a mãe. “Quebra a confiança que a criança tinha na família. Quem ela tanto amava escondeu um segredo dela”, esclarece. Quando a criança tem irmãos que são filhos biológicos dos pais adotivos, o ciúme tradicional pode ser maior ainda. “A criança se compara com os irmãos. Quando é adotada, ela usa essa desculpa, mas é a mesma coisa que os irmãos biológicos vivem, sempre acham que são preteridos”, afirma Cynthia. Nesses casos, a psicóloga recomenda que se deixe sempre claro se um precisa dormir cedo e o outro não, por exemplo. Explique o motivo dessa necessidade – uma prova ou aula. Se a razão da diferença do que eles podem ou não fazer é a faixa etária, explique isso claramente para a criança também.

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