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Internet e relações familiares: como lidar


Internet e relações familiares. (foto: divulgação)

​Que a internet causou uma revolução na maneira de viver é fato, principalmente depois do surgimento dos smartphones. A comunicação ficou (muito) mais rápida, transações bancárias, por exemplo, podem ser realizadas com muito mais praticidade e a concentração agora se divide entre a tela do celular e qualquer outra atividade a ser realizada. Mas a forma que as famílias devem lidar com isso ainda é uma questão. E de que forma, de fato, a internet afetou a relação familiar? A psicóloga clínica Cynthia Wood acredita que antes de mais nada a internet diminui o tempo que os familiares passam juntos. “A possibilidade de interação com pessoas que estão longe, o acesso à informação para tirar dúvidas, as novas formas de entretenimento e a criação de espaços para a criação de grupos de afinidade consome muito do tempo que antes se passava em família”, diz a especialista. Além disso, assim como todas as outras, as relações entre pais e filhos tendem a se tornar mais superficiais. Segundo Cynthia Wood, para reverter este quadro os pais devem demonstrar que estão tão disponíveis para eles pessoalmente quanto pela web. Mas se mostrar disponível não significa apenas estar ali. Como a internet oferece muito entretenimento, diversão, comunicação, informação, aprendizagem e contato com os amigos, os pais precisam oferecer estes mesmos benefícios para poder competir. “Jogos de tabuleiro ou videogame, andar de bicicleta, nadar, ter um canal de comunicação que permita aos filhos perguntar o que quer que seja, contar suas experiências de quando tinha a idade deles de forma sincera, ajudar com lições e trabalhos escolares e convidar os amigos deles para atividades no final de semana são ótimas dicas”, ensina Cynthia. A psicóloga afirma que apenas restringir o tempo das crianças na internet sem oferecer uma troca não resolve o problema. No entanto, celulares, tablets e até mesmo a televisão deveriam ser evitados em momentos de interação familiar, desde que os pais sigam essas mesmas regras para dar o exemplo. Outro ponto que deve ser lembrado é que hoje em dia não são apenas as crianças que usam a internet, mas também os pais e, por isso, há também uma interação entre eles nas redes sociais, por exemplo. De acordo com Cynthia Wood, “na comunicação pela internet deve-se atentar para o que pode ser público e o que deve ser privado, evitar entrar em assuntos que dizem respeito somente aos filhos e seus amigos e principalmente saber que divulgações para seus familiares contendo as crianças serão vistas por seus amiguinhos, portanto evitar colocá-los em situações que eles não se sintam confortáveis”. É positivo o fato dos pais entrarem mais em redes sociais para seguirem a vida dos filhos? Por um lado é uma forma de estarem mais próximos, conhecerem melhor o que os filhos estão consumindo em termos culturais, seus interesses e seu mundo, entretanto os pais devem se atentar para não serem invasivos e inconvenientes nessa interação. Na internet muitas coisas são públicas e os filhos não querem a interferência dos pais, por isso quando muitos pais seguem seus filhos no MSN eles migram para o Facebook, quando os seguem no Facebook eles migram para o Twitter, e assim por diante. Tentam fugir para um lugar onde estejam somente com seus amigos e se sintam mais a vontade em compartilhar seus interesses e experiências. Cynthia diz que o maior risco que a internet pode causar para a relação familiar é o de que esta não se adapte à nova realidade das relações virtuais. Dessa forma a vida em família tende a se tornar algo obsoleto, o que diminuirá ainda mais o interesse e o valor que as crianças dão a família. Entretanto, ela completa que sabendo usar os recursos e respeitando a individualidade dos filhos, é possível que a internet até estreite os laços familiares. “As crianças tendem hoje a executar diversas tarefas ao mesmo tempo e, por mais que isso atrapalhe sua atenção em todas as tarefas, esta é a melhor forma que eles têm de lidar com ao volume de informação e todos os estímulos visuais a que são submetidos. Exigir a atenção integral das crianças em determinados momentos é algo que eles não estão acostumados e isso não é culpa somente da internet”.

Veja o artigo orinlamnete publicado aqui.

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