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Pais não podem se omitir na hora de repreender as crianças que mordem


Casos isolados não devem causar pânico, mas quando morder o colega se torna frequente, responsáveis precisam se posicionar e ensinar que a atitude é errada e não deve se repetir Quando um adulto se sente ameaçado ou frustrado com alguém ou com alguma situação específica, as formas de reagir são diversas. Diálogo, barganha ou mudança de comportamento fazem parte do leque de opções com as quais uma pessoa pode contar. Com crianças pequenas, porém, não é tão simples encontrar uma saída diplomática. Na maioria das vezes, os problemas se resolvem de um jeito bem primitivo: pela mordida. Na fase que compreende os três primeiros anos de vida, o fato de a criança morder outras – ou ser mordida – não é tão absurdo assim. É a idade em que os pequenos ainda reagem instintivamente, sem refletir sobre consequências. “Também é a fase do egocentrismo, porque a criança acha que tudo pertence a ela. O mundo gira em torno do seu umbigo. Quando se sente ameaçada ou o coleguinha tenta pegar o seu brinquedo, por exemplo, a primeira reação é morder”, explica a psicóloga infantil Cynthia Wood. Para as crianças, muitas vezes, essa é realmente a única maneira de resolver os conflitos e dar vazão à raiva, mas nem por isso pode ser usada sem restrições. Quando os episódios de mordida são esporádicos, os pais não precisam se preocupar tanto. Mas não é normal que uma criança pequena apresente um quadro de agressividade fora do controle, desrespeitando os limites da educação e da sociabilidade, e morda os colegas com muita frequeência. Pode ser o indicador de que ela está vivendo uma situação de desamparo, mas não sabe como se abrir com os pais. “A partir do momento que esse comportamento começa a perturbar as relações sociais da criança, com outros amigos, adultos e a própria escola, é o momento de buscar ajuda profissional”, atenta Margareth Couto, psicóloga e professora do Centro Universitário Newton Paiva. Diálogo e compreensão A postura firme dos pais nessas situações é fundamental para mediar e resolver os conflitos. Embora o escândalo não seja necessário na primeira mordida, a oportunidade de conversar sobre o ocorrido não deve ser deixada de lado. É a chance de explicar para a criança que ela deve respeitar o espaço do outro, independente do que aconteça. “Em primeiro lugar, os pais devem entender por que a criança agiu desse jeito. O caminho é explicar que nem tudo pertence a ela e que existem outras maneiras de se comportar. Morder machuca, é errado e os adultos precisam ser firmes quanto a isso”, reforça Cynthia. Segundo a especialista, os pais não devem “fingir” que nada está acontecendo com a criança. Essa postura pode agravar o problema com as mordidas. E castigo, funciona? Recentemente o ex-jogador de futebol Ronaldo declarou, depois da polêmica mordida que o jogador uruguaio Suárez deu em um adversário durante a Copa do Mundo, que suas filhas pararam de morder após a imposição de uma punição dura: ficar dentro de um quarto escuro com o “Lobo Mau”. “É um absurdo castigar os filhos desse jeito. Castigo nunca funciona. Trancá-los num quarto escuro pode gerar pânico e traumas relacionados ao medo para a vida toda. Os efeitos podem ser muito piores do que tentar corrigir de outra maneira”, critica Cynthia Wood. Revidar Quando os papéis se invertem e a criança volta para casa com sinais de mordidas, os pais precisam tomar cuidado com os julgamentos. É natural que se sintam ofendidos pelos machucados do filho, mas o ato de revidar nunca traz bons resultados. Nessas horas, vale lembrar que existe uma criança do outro lado, que também não sabe se expressar direito. A saída é mostrar que a criança pode se proteger de outras maneiras. Quando o coleguinha vier para morder, por exemplo, é possível segurá-lo de alguma maneira, nos braços ou ombros. Se o problema persistir, ensinar as crianças a chamar os pais ou os professores para controlar a situação é a resposta mais eficaz. “Incentivar os pequenos a revidar com mais mordidas só aumenta a agressividade do ambiente. O trabalho deve ser outro, de ensinar que os conflitos devem ser resolvidos pela palavra, nunca pela ação agressiva”, pontua Margareth Couto . Veja artigo original publicado aqui.

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