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Veja dez temas que você já deveria ter conversado com seu filho adolescente


​Atualmente, as relações familiares são mais informais. Em vários lares, as pessoas conversam sobre os mais diversos tipos de assunto, o que ajuda a fortalecer os vínculos afetivos e a estabelecer uma convivência mais harmoniosa e verdadeira. No entanto, por motivos como vergonha, desconhecimento, questões e tabus particulares ou mesmo dificuldade em lidar com o amadurecimento do filho, muitos pais acabam esperando a chegada da adolescência para tratar de determinados temas. Conheça alguns importantes, apontados por especialistas, e veja dicas sobre como conduzir melhor o diálogo | Por Heloísa Noronha - Do UOL, em São Paulo

USO SEGURO DA INTERNET Tudo bem que, hoje, mesmo crianças sabem dominar um tablet, mas a vigilância do uso da internet deve permear também a adolescência. "Os pais têm de conversar, orientar e supervisionar os filhos, explicando que eles ainda não possuem maturidade para participar de certas conversas e acessar determinados sites. Há muita gente com má intenção na rede e isso precisa ser lembrado constantemente", diz a psicóloga Susana Ório. Uma sugestão é que os pais falem sobre os cuidados que tomam em relação a transferências bancárias ou a informações pessoais, por exemplo. É essencial ainda conversar sobre os aspectos positivos da internet, apontando como ela pode acrescentar conhecimento à vida dos jovens e mesmo ajudar os mais tímidos a se expressarem com mais facilidade ESPIRITUALIDADE Algumas crianças costumam acompanhar os pais desde cedo em lugares religiosos, como templos, igrejas, centros ou reuniões. "Depende da tradição de cada família. Para algumas, a espiritualidade não envolve religião nem dogmas. Para outras, demanda pertencimento a uma comunidade. Mas também pode significar respeito com o próximo e atitudes que contribuem para a harmonia da convivência humana", afirma a psicopedagoga e terapeuta familiar Edith Rubinstein. Na adolescência, o assunto deve ser conversado sem adotar um viés de imposição. "É recomendável explicar os motivos de seguirem determinada crença e deixar o jovem livre para escolher", declara a psicóloga Susana Ório. De acordo com a psicopedagoga Maria Edna Scorcia, mesmo que a família não tenha uma determinada religião, é importante usar o conceito de espiritualidade para ajudar o filho a ter equilíbrio. "Sem uma crença ou ideal, é muito difícil um jovem respeitar a todos. Se ele crê em uma força superior, passa a enxergar sentido nas relações e sabe de que maneira deve se comportar e o que está errado ou correto", fala a especialista PLANOS PARA O FUTURO "Os pais devem planejar o futuro com os filhos e ensiná-los que não podem viver sem um objetivo. Devem também ajudá-los a sonhar e auxiliá-los na realização desse sonho", declara a psicopedagoga Maria Edna Scorcia. É importante se colocar ao lado do adolescente e não bloquear de cara seus planos. Uma boa estratégia para tocar nesse assunto é compartilhando as próprias experiências, como a escolha profissional, assim os pais acabam estimulando os jovens a abrir o coração. "Minhas dicas são conversar, apresentar escolhas, mostrar exemplos e expor gradativamente as possibilidades", afirma a psicóloga Susana Ório INFLUÊNCIA DE AMIZADES O risco de os filhos se deixarem levar pela influência das más companhias é um dos maiores pesadelos dos pais de adolescentes. E o medo não é à toa. É nessa fase da vida que todo mundo sente a necessidade de redefinir opiniões e padrões aprendidos na infância, com a família. Não adianta nada tentar apontar os defeitos dos amigos, pois essa atitude, em muitos casos, só atiçará a vontade de transgredir e desafiar. "O discurso dos pais deve ser o de mediador. Críticas, discussões, proibições e gestos agressivos servirão apenas para afastá-lo. A paciência e um diálogo compreensivo contribuem para que boas escolhas sejam feitas", afirma Frida Leão, psicanalista e pedagoga. Para a psicopedagoga Maria Teresa Sauer, as conversas devem se estender aos amigos. "Ofereça encontros na sua casa, mas se mantenha por perto. Nada de ficar vendo TV ou em outro ambiente", diz.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA "É saudável para o amadurecimento psíquico que, desde cedo, possamos ir ensinando aos filhos sobre como lidar com as finanças e de que forma precisamos nos organizar para que tenhamos dinheiro suficiente para suprir nossas necessidade e desejos", diz a psicanalista e pedagoga Frida Leão. Diálogo, organização e exemplos são os pontos-chave. "Vale a pena depositar a mesada em uma poupança, por exemplo, para que novas opções financeiras sobre o uso do dinheiro possam ser aprendidas", diz a especialista. Evitar o consumo desenfreado e desorganizado visando que todos os desejos do filho sejam atendidos é uma maneira responsável de demonstrar a educação financeira na prática, o que vai fazer com que o adolescente se torne um adulto equilibrado e consciente. DROGAS LÍCITAS Embora tão nocivos quanto as drogas ilícitas, o álcool e o tabaco são mais aceitos socialmente, muitas vezes, com a desculpa de que acabam facilitando a interação e atenuam a timidez. Na adolescência, os jovens se vêem diante de diversos caminhos e oportunidades até então desconhecidos e, para que se sintam pertencentes a um grupo, frequentemente, sentem necessidade de experimentar algo novo. "Não tem jeito: tocar nesse assunto com os filhos não é tarefa fácil, mas o diálogo baseado em uma postura compreensiva e esclarecedora surte muito mais resultado do que cobranças e proibições", afirma a psicanalista e pedagoga Frida Leão. Para a psicopedagoga Maria Teresa Sauer, entretanto, a conversa não será suficiente se não for coerente com o comportamento dos próprios pais. "A verdadeira informação vem do modelo que os responsáveis passam. O exemplo ainda é o grande professor na maioria dos ensinamentos que envolvem os adolescentes". DROGAS ILÍCITAS As drogas estão em todos os lugares e classes sociais. Segundo a psicanalista e pedagoga Frida Leão, cabe aos pais acolher e transmitir segurança aos filhos, criando um ambiente em que o tema possa ser abordado e discutido. Assim o adolescente terá a oportunidade de expor sentimentos e opiniões para que, junto ao seu grupo familiar, possa reforçar seus valores e sua autoestima. "O que é considerado tabu acaba não sendo conversado, elaborado e interpretado, impossibilitando a aprendizagem", fala Frida. Os pais devem também se manter informados sobre o tema ?inclusive o surgimento de novas drogas? para falar com propriedade sobre ação e reação. CYBERBULLYING As picuinhas e brigas da infância podem tomar proporções avassaladoras na adolescência, principalmente em tempos de exposição exagerada nas redes sociais. A internet pode servir de palco para confusões, fofocas, intrigas e bullying. "Muitas vezes, o jovem se expõe em demasia, colocando fotos ousadas, conversando com pessoas que não conhece, comentando sobre coisas muito intimas e virando alvo fácil de pessoas mal intencionadas. Em outros casos, pode praticar bullying contra colegas de escola pela rede, usando vídeos e fotos, e inventando mentiras, o que causa um enorme sofrimento e mesmo a necessidade de tratamento psicológico para conseguir lidar com a situação", diz a psicóloga Cynthia Wood. Não são poucos os casos em que todos ?praticante, pais, caluniado, escola? acabam pagando caro por brincadeiras de mau gosto, já que alguns vão parar nos tribunais. É preciso orientar os adolescentes sobre as consequências de seu comportamento na rede, pois ambos os papéis ?agressor ou vítima? podem ter resultados devastadores para toda a família. PRECONCEITO Para Luciana Barros de Almeira, presidente da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia), não se trata apenas de lançar um discurso politicamente correto para os filhos, mas também de aceitar que, no mundo atual, as pessoas têm liberdade e direito de pensar, sentir e agir de acordo com seus princípios. "Não somos obrigados a concordar com as regras de comportamento e conduta alheias, mas precisamos respeitá-las e ensinar isso aos jovens. Quando algo nos incomoda, temos o direito de nos afastar, mas sem denegrir a imagem do outro", afirma Luciana. Na opinião da psicóloga Cynthia Wood, os pais devem prestar atenção ao que falam e como falam. "E se perceberem que o preconceito, seja lá qual for o alvo, vem do próprio adolescente, devem esclarecer as dúvidas e procurar desmistificar o assunto, a fim de que o filho veja que no mundo existe diversidade", fala. SEXO Doenças sexualmente transmissíveis e as consequências de uma gravidez precoce são tópicos espinhosos, já que implicam aceitar que o filho iniciou ou está prestes a começar a vida sexual. No entanto, são obrigatórios. Apesar de as informações serem mais acessíveis hoje em dia, quando o jovem pode contar com os pais e esclarecer suas dúvidas fica mais fácil. "E se os adultos apostam na conversa aberta, sem mitos e tabus, criam um círculo de confiança, que faz com que os adolescentes se sintam seguros em pedir um preservativo ou um anticoncepcional sem ter de fazer nada às escondidas", declara a psicóloga Cynthia Wood. Levar os filhos para uma consulta médica com ginecologista ou hebiatra (especialidade que cuida de adolescentes) também é imprescindível. Sobre o momento ideal para abordar o tema, não há. "Fale quando surgir a oportunidade: quando o jovem perguntar, se alguma campanha estiver sendo veiculada pela mídia, se estiverem assistindo a algum filme... Só evite invadir a privacidade alheia com perguntas impertinentes", diz Luciana Barros de Almeida, presidente da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia). Veja o artigo original publicado aqui.

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