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“Mini-adultos”: entenda os problemas gerados quando a criança pula etapas


A infância é um momento de descobertas, de aprendizado, mas principalmente de muitas brincadeiras. Nessa fase, a criança precisa ter contato com o lúdico e com o faz de conta. No entanto, hoje em dia, não é raro ver crianças que são “pequenos adultos”: se vestem e agem como gente grande, deixando de lado coisas muito importantes para o seu desenvolvimento. Essa mudança foi impulsionada por diversos motivos, como explica a psicóloga Cynthia Wood, da Clínica Crescendo e Acontecendo: “As crianças são estimuladas pela mídia, comercias de TV, músic

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as inapropriadas, jogos e games inadequados para a faixa etária e informações em excesso”. A especialista destaca que, hoje, as crianças são mais adeptas aos tablets e computadores do que às brincadeiras ao ar livre, como pular corda ou soltar pipa – o que é muito prejudicial, já que elas pulam uma etapa importante para que cresçam mais saudáveis psicologicamente. Mas além de não brincarem, as crianças também têm se tornado adultas precocemente em outro aspecto: nas roupas utilizadas. Muitas meninas, por exemplo, fazem uso da maquiagem e de roupas pertencentes ao universo dos adultos desde muito cedo. Cynthia Wood explica que isso não significa que os pais devam proibir as brincadeiras de se maquiar e de imitar a mãe, muito comuns em meninas jovens. Basta deixar claro que tudo não passa de uma brincadeira, e não de uma produção real. “O adulto nunca deve incentivar e deve sempre mostrar que é uma brincadeira como todas as outras”, diz a psicóloga. Por outro lado, quando a brincadeira deixa de ser um simples faz de conta e se torna rotina, fazendo com que a criança tenha uma postura até mesmo erotizada, a situação passa a ser um problema. De acordo com Cynthia, essas crianças podem se tornar caricatas, além de desenvolverem outros problemas no futuro. “Quando adolescentes, se parecem mais envelhecidas antes que as outras e, emocionalmente, se sentem arrependidas de terem perdido a infância”, explica. “Algumas vezes até regridem e querem viver o momento que passou na hora errada, o que gera diversos transtornos”, completa. Esses comportamentos podem ser mais comuns em meninas do que em meninos. Isso porque elas amadurecem mais rápido. A psicóloga ressalta que o processo de amadurecimento começa cerca de cinco anos antes em meninas. Para evitar esses problemas, o melhor é que os pais incentivem o imaginário infantil – e não reforcem essa tentativa da criança de reproduzir o universo dos adultos. “Pais que brincam mais com as crianças e preservam o imaginário infantil terão filhos menos precoces e muito mais saudáveis psicologicamente do que os pais que estimulam os filhos a ser um mini adulto ou um mini reflexo de si achando que isso pode ser bacana”, diz Wood.

Publicado no Portal Chris Flores. veja o artigo original aqui.

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